Por: Ralph Wagner Marek – Engenheiro de Produção
A paralisação do comercio, em especial lanchonetes, restaurantes e serviços não essenciais à população, a fim de conter a disseminação do novo coronavírus (Covid-19) no Brasil, atinge diversas regiões produtoras de frutas e hortaliças.
O maior problema registrado é a diminuição drástica do consumo. Com a demanda bastante reduzida, o giro de vendas no comércio sofreu um forte impacto. Compradores estão receosos em manter os pedidos no campo, já que a sobra de mercadorias tem causado perdas e prejuízos.
Com esse cenário, alguns atacadistas têm encerrado as atividades mais cedo. Restaurantes que representam boa parte do consumo também suspenderam suas atividades.
Além disso, há de se destacar que alguns dos hortifrutis fazem parte da merenda das escolas: como banana, laranja, maçã, tomate e alface, os quais estão sendo impactados diretamente pela paralisação das atividades escolares.
Sem o escoamento, os produtores estão sendo obrigados a descartar frutas, verduras e legumes, uma vez que são produtos de consumo rápido e curto prazo de validade.
De acordo com o Engenheiro Agrônomo Juliano Grossi, da Sementes Feltrin, a crise atingiu diretamente o produtor de hortaliças. “A venda dos produtores, em especial os feirantes e fornecedores de pequenos mercados e restaurantes, a crise do coronavírus impactou muito. Tem mercadoria sobrando” lamentou.
“É preciso se reinventar, além de orientação e união para novos modelos de negócio para diminuir as perdas e estimular o consumo. A medida drástica de fechamento e suspensão total dos bares e restaurantes poderia ser diferente, uma estratégia seria a operação parcial, assim reduziria os prejuízos financeiros”, alertou Juliano Grossi.
O produtor Hellinton Grande Kugeratski, de São Mateus do Sul, PR (150 km de Curitiba), cultiva tomate, pepino e abobrinha conversou com o Foco Rural Agronegócios e disse que “não tem o que fazer, minhas vendas tiveram uma queda em 10 vezes. Infelizmente tenho que jogar fora a produção e doar, mas não tem muitas pessoas por perto” desabafou o produtor.
“Nossa esperança é que a partir da semana que vem melhore e tudo volte ao normal”, finaliza Hellinton.
As imagens recebidas pela nossa equipe mostram a realidade do setor. Comerciantes da Ceagesp afirmam que movimento caiu 60% após coronavírus.