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Sim, pecuarista é o “dono do negócio”

Veja por que os frigoríficos têm necessidade de alongar as programações de abate

Como disse o analista Hiberville Neto, em texto publicado no site da Scot Consultoria, o pecuarista tem a seu favor “o pasto verde na fazenda e os preços de novembro (da arroba do boi gordo) na memória recente”. Com isso, diz ele, os produtores optam em reter o gado nas forragens, ganhando peso com custo baixo, para desespero dos frigoríficos, que não têm outra saída a não ser oferecer valores mais atrativos pela arroba da boiada pronta.

Diante disso, de acordo com informações desta quarta-feira da Informa Economics FNP, cresceu o volume de negócios nas praças pecuárias, sob influência sobretudo da necessidade dos frigoríficos em alongar as programações de abate e garantir abastecimento de suas plantas antes do período do carnaval.

“A maior liquidez no mercado do boi gordo só foi possível por meio de fixações a preços mais elevados entre algumas importantes regiões pecuárias do País”, observa a FNP.

Vale ressaltar que muitos frigoríficos vinham operando com capacidade ociosa elevada e intercalando dias de abate com intuito de regular produção à demanda por carne, diante da inconsistência do consumo doméstico, relembra a consultoria.

Além disso, o mercado também se beneficia do melhor desempenho dos embarques de carne bovina, sobretudo se comparado a igual período do ano passado.

A outro fator altista no curtíssimo prazo, de acordo com os analistas da FNP: a perspectiva de dificuldade nas negociações durante o feriado de carnaval sugere maior pressão de alta para os próximos dias, pois os frigoríficos que não formaram seus estoques devem voltar as compras mais ativamente. “O foco é garantir escalas até o dia 21 de fevereiro”, destaca.

Agito nas praças pecuárias 

Em São Paulo, os frigoríficos de médio e pequeno porte efetivaram negócios até R$ 205/@ pelo boi gordo, à vista para desconto do Funrural. Já as grandes indústrias locais, de acordo com a FNP, continuam focadas em trazer lotes de estados vizinhos, onde as condições de oferta são aparentemente maiores e os preços mais competitivos.

No Centro-Oeste do País, as cotações voltaram a reagir nos estados do Mato Grosso e Goiás. Além da firme presença de compradores locais, o mercado teve suporte adicional de agentes de outros estados. No Mato Grosso, o mercado ganhou um forte tom especulativo, com registros, não confirmados, de negócios acima das máximas vigentes, dependendo do tamanho e qualidade do lote.

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