Empregados foram encontrados em duas carvoarias do município de Ibiá
Treze trabalhadores foram resgatados de condições análogas à de trabalho escravo em duas carvoarias do município de Ibiá, região do Alto Paraíba, em Minas Gerais. A operação ocorreu entre 11 e 18 de novembro e foi conduzida pela auditoria-fiscal do Trabalho da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia com apoio da Polícia Militar do estado e da Polícia Rodoviária Federal.
Os auditores-fiscais constataram que os trabalhadores dormiam em um barracão de lona e madeira coberto com telha de amianto, sem infraestrutura, higiene e privacidade. Em outro, os empregados tomavam banho de água fria há 15 dias devido a problemas nas instalações elétricas. As pessoas resgatadas relataram também que um dos empregadores vendia produtos aos empregados e anotava em uma caderneta os valores, na opinião deles abusivos, que seriam descontados dos salários posteriormente.
Outras irregularidades
Dos 13 trabalhadores, apenas um deles tinha carteira de trabalho assinada. Eles também não recebiam equipamentos de proteção individual para realizar as atividades; nas frentes de trabalho não havia acesso a instalações sanitárias, água potável e local adequado para as refeições; e para as necessidades fisiológicas eram usadas as áreas de mata próximas.
O grupo teve seus contratos de trabalho rescindidos, recebeu atendimento de assistência social e foi encaminhado de volta às suas cidades de origem. Eles também receberam todas as verbas rescisórias, que somam aproximadamente R$ 70 mil, e tiveram as guias de seguro-desemprego especial para resgatado emitidas.