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Milho chileno sobrevive 52 dias sem água

“Muitas espécies de plantas não conseguem sobreviver à salinidade”

Uma pesquisa é realizada na Universidade de Talca, no Chile, com recursos públicos, desenvolveu uma variedade geneticamente modificada de milho que é capaz de sobreviver a 52 dias sem água. O milho foi modificado com genes de um tomate do deserto de Atacama e mantém 80% da produção em condições de seca extrema.

A iminência de um deserto instalado cada vez mais ao sul da região de Coquimbo, diz o estudioso em Biologia Molecular Simón Ruiz, o faz pensar em como tirar proveito dos mais de dois milhões de hectares de terras áridas e semi-áridas que o Chile possui. Por isso, diz o diretor do Laboratório de Genômica Funcional da Universidade de Talca, em conjunto com seu grupo, buscam alternativas para garantir alimentos futuros, em um terreno com pouca capacidade de uso da água, devido à falta de recursos e degradação do solo.

“Muitas espécies de plantas não conseguem sobreviver à salinidade, seca e mudanças constantes de temperatura. Começamos a testar plantas nativas chilenas que podem suportar essas condições e, assim, produzir sementes transgênicas”, diz ele.

Ruiz explica o que é um organismo transgênico que recebe um ou mais genes de outra espécie. Isso permite que você ganhe ou perca um recurso. Para provar isso, eles escolheram um tipo de tomate que cresce no deserto de Atacama, entre 2.500 e 3.000 metros acima do nível do mar, pouco antes de se mudar para as terras altas.

“É isso que os genes são expressos. Um gene que é ativado, por exemplo, quando a planta entra em contato com a salinidade e esse gene começa a gerar uma proteína para poder suportar essa condição”, Ruiz explica. 

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