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Comitiva chinesa sonda o setor de agronegócios no Paraná

China é o maior parceiro comercial do Brasil e também destino de produtos das cooperativas agroindustriais do Paraná

Com o propósito de se informar sobre o sistema cooperativo e articular parcerias na área comercial, principalmente no setor do agronegócio, uma delegação chinesa da Província de Hainan, integrada por seis pessoas e liderada pelo vice-presidente do Comitê da Conferência Popular Consultiva Política da província, Li Guoliang, foi recepcionada pela Diretoria Executiva, gerente e técnicos do Sistema Ocepar, no final da manhã da última sexta-feira (20/09) na sede do Sistema Ocepar, em Curitiba.

O presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, destacou a importância da visita técnica, ao ressaltar que atualmente a China é o maior parceiro comercial do Brasil e também destino de produtos das cooperativas agroindustriais do Paraná, ressaltando a oportunidade de incrementar essa cooperação. Ainda discorreu, aos integrantes da comitiva, sobre os princípios do cooperativismo e a importância do sistema para o desenvolvimento do Paraná em todos os segmentos em que atua.

O analista de Desenvolvimento Técnico – Mercado da Gerência Técnica da Ocepar, Maiko Zanella, mostrou, em uma projeção, a capilaridade do sistema cooperativo no mundo, com a geração de cerca de 250 milhões de empregos diretos em 2,6 milhões de cooperativas e a estimativa de que uma em cada seis pessoas do planeta tem ligação com o sistema. Também informou sobre o cooperativismo no Brasil e, especialmente no Paraná. De acordo com o técnico, as 222 cooperativas paranaenses, em 2018, faturaram R$ 83,5 bilhões. As 70 corporações do ramo agropecuário respondem por 70% da produção da soja no estado, 64% de milho, 64% do trigo, 45% da produção leiteira, 40% de suínos e 34% de aves. As exportações para mais de 100 destinos totalizaram US$ 3,9 bilhões.

O chefe da delegação da Hainan, Li Guoliang, informou que sua província tem na agricultura, turismo e serviços, além da indústria, setor petrolífero e automotivo, a base da economia. A agricultura, no entanto, é a principal atividade. Ressaltou que Hainan é uma ilha de clima tropical, e explora agricultura com esta característica. Por isso, muitas variedades de frutas e hortaliças foram importadas do Brasil e da América do Sul. A busca da adaptação de variedades e o desenvolvimento de outras é responsabilidade do Instituto de Pesquisa Tropical da China. E revelou que o objetivo, não só do governo local, mas do país é buscar a autossuficiência em alimentos, que ainda são escassos. Disse ainda que se impressionou com os avanços que o cooperativismo promoveu no campo e na agroindústria e concorda que o modelo seria uma saída para organizar, capacitar e difundir tecnologia entre os agricultores de seu país. E, concordando com a sugestão do presidente da Ocepar, José Roberto Ricken, adiantou que vai indicar a inclusão de visitas à Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa) nas próximas vindas de comitivas de seu país ao Brasil para incrementar a parceria técnica com a empresa brasileira.   

Li Guoliang lembrou que o Brasil já está presente no dia a dia da alimentação de  Hainan e da China. Segundo ele, a batata doce tem um papel importante na agricultura e alimentação da população, pelas suas qualidades nutritivas, assim como a fruta pão, também muito apreciada pelos chineses. E comentou que, no período em que trabalhou no norte da China, constatou que o Pau Brasil se tornou uma planta de decoração das casas e, por isso, é muito popular por lá. “As crianças, antes mesmo de irem para a escola, já aprendem sobre esta árvore”, disse.

Antes de visitar o Sistema Ocepar, Li Guoliang e a comitiva tiveram um encontro com o vice-governador do Paraná, Darci Piana, no Palácio Iguaçu, oportunidade que em foram tratados vários assuntos, como parcerias em relação à agricultura e questões ligadas à infraestrutura. No período da tarde, a delegação chinesa, junto com o analista da Ocepar, Maiko Zanella, fizeram uma visita técnica à Cooperativa Bom Jesus, na Lapa.

Além do presidente Roberto Ricken e do analista Maiko Zanella, recepcionaram a delegação de Hainan os superintendentes Robson Mafioletti (Ocepar) e Nelson Costa (Fecoopar) e o gerente técnico da Ocepar, Flávio Turra.

Província insular e o ponto mais ao sul da China, Hainan, cuja população é estimada em 9,34 milhões de habitantes e ocupa território do tamanho da Bélgica, tem clima tropical e, por isso, muitos balneários e interior montanhoso e florestas exuberantes. Devido às belas praias, a ilha é chamada de “Havaí da China”.  A cidade de Sanya, ao sul, tem muitas praias, como a baía de Sanya, com 22 quilômetros de extensão, e a baía de Yalong, em formato de lua crescente e com hotéis luxuosos. Nas proximidades de Sanya, as trilhas montanhosas da zona de turismo cultural da floresta Yanoda passam por pontes suspensas e cachoeiras. A capital de Hainan é Haikou. O Paraná e Hainan são estados-irmãos desde 2010.

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