Após contabilizar queda de produção devido ao excesso de calor na safra 2018/2019, os agricultores catarinenses enfrentam novo desafio climático para a safra 2019/2020: três meses de pouca chuva.
Ao divulgar ontem (23/9) a projeção para essa nova fase do setor, a Epagri (Empresa de Pesquisa Agrícola do Estado) informou que apesar das dificuldades, o volume produzido será maior para a maioria das culturas graças ao aumento da produtividade. A área plantada da soja vai crescer 1,05% e a produtividade deve ter alta de 2,64%, chegando a 3.605 quilos por hectare.
O milho, cujo déficit preocupa o agronegócio porque é fundamental para a ração usada na avicultura e suinocultura, terá recuo de 1,07% na área plantada e queda de 2,12% na produtividade.
A apresentação dos dados nesta segunda (23) contou com as presenças do secretário de Estado da Agricultura, Ricardo Gouvêa, da presidente da Epagri, Edilene Steinwandter e de lideranças de entidades do setor. Gouvêa falou sobre a força do agronegócio catarinense que, com apenas 1,12% do território do país é líder em diversas culturas, destaque em exportação e responde, direta ou indiretamente por quase 50% do PIB do Estado. O governo está incentivando maior produção no inverno.
— Soja mostra uma rentabilidade melhor ao produtor. A nossa curva de produção está mostrando isso. A área plantada de milho caiu um pouco na última safra, e não vai ser diferente na próxima. O que estamos tentando é o ocupar o vazio entre a produção de milho e soja no verão com as culturas de inverno, como o trigo e a cevada – observou Gouvêa.
Santa Catarina se destaca na produção de soja, milho, arroz, feijão, cebola, alho, fumo, maçã, banana, fumo e outras culturas. Segundo a analista Sócioeconômica da Epagri, Glaucia Padrão, a maioria terá alta de produtividade em função da quebra da última safra e do uso de mais tecnologia. (Leia mais sobre o tema no editorial da página 4)
Mais orgânicos
Seguindo a linha recomendada pelo governador Carlos Moisés, a Secretaria de Agricultura, por meio da Epagri, Cidasc e Ceasa, está com ações voltadas ao incentivo à produção e comercialização de mais produtos orgânicos.
Segundo a presidente da Epagri, Edilene Steinwandter, em poucos dias será entregue ao governo um plano de trabalho para avançar na produção orgânica. Entre os exemplos de métodos estão a produção integrada e plantio direto. Além disso, para melhorar a renda, há incentivo à diversificação como a produção de espumante ancestral, pitaia, maracujá, lúpulo e arroz para risoto.