O PIB do Agronegócio brasileiro recuou 0,8% em junho de 2019, de acordo com cálculos realizados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e com a Fealq (Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz)*
.No acumulado do primeiro semestre de 2019, no entanto, o resultado manteve-se positivo, com crescimento de 0,53%. Segundo pesquisadores do Cepea, essa elevação na primeira metade do ano esteve atrelada aos resultados do ramo pecuário, que obteve crescimentos importantes no segmento primário e nos elos industriais (antes e depois da “porteira”) e, como reflexo, nos agrosserviços. O principal impulso à renda do ramo pecuário tem sido o aumento dos preços, que, por sua vez, reflete sobretudo a demanda internacional mais aquecida pelos produtos pecuários brasileiros.
INSUMOS – O segmento de insumos segue se destacando, tendo em vista que encerrou o primeiro semestre registrando expressiva alta de 7,26%. Pesquisadores do Cepea destacam que esse resultado se deve aos crescimentos observados nos ramos agrícola (de expressivos 9,08%) e pecuário (de 3,32%), que, por sua vez, têm sido influenciados positivamente ao longo de 2019 sobretudo pelos bons resultados nas indústrias de fertilizantes e defensivos.
PRIMÁRIO – Diferentemente dos demais segmentos, o primário foi o único que apresentou decréscimo no acumulado parcial do ano, de 2,04%. De acordo com pesquisadores do Cepea, essa retração está relacionada ao ramo agrícola, que apresenta queda de 7,71% no acumulado do semestre, tendo em vista que o pecuário, favorecido por maiores preços e produção, avançou 10%. A redução no segmento primário da agricultura decorre de preços em queda combinados a maiores custos de produção, o que tem pressionado a renda.
AGROINDÚSTRIA – No acumulado do primeiro semestre, tanto a agroindústria agrícola quanto a pecuária mantiveram crescimentos, devido aos maiores preços e produção. Diante disso, o segmento agroindustrial como um todo apresentou alta de 1,26% na primeira metade do ano.
SERVIÇOS – O resultado positivo observado para o segmento de serviços no primeiro semestre, de 0,65%, se deve especialmente ao efeito do bom ritmo de exportações brasileiras sobre os preços pecuários e sobre a demanda por serviços necessários para que esses embarques ocorram.