Ronaldo Costa Filho, diplomata recém indicado para chefiar a representação brasileira junto à ONU, afirmou ainda que não há nenhum dado sério indicando que as quiemadas na Amazônia estejam fora de um padrão recorrente
Durante sabatina na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado, o diplomata recém indicado para chefiar a representação brasileira junto à Organização das Nações Unidas (ONU), Ronaldo Costa Filho, repercutiu as recentes notícias sobre queimadas na Amazônia e destacou soluções sobre como o país deve lidar na gestão do caso junto à ONU.
“Não há nenhum dado sério indicando que o que ocorreu este ano esteja fora de um padrão recorrente. Estes números sobem ou caem, mas se você analisa em longo prazo, fica claro que o desmatamento vem diminuindo. As queimadas foram mais intensas agora, mas é bom lembrar que na África e na Rússia também ocorreram em magnitude até maior”, afirmou.
Costa Filho, que chefiou a delegação brasileira de 2011 a 2018 no acordo Mercosul-União Europeia, disse que todas as vezes em que as negociações avançavam, surgiam crises e denúncias relacionadas à devastação ambiental no Brasil.
“Isso é uma reação natural, porque ninguém gosta de concorrência. Os europeus temem o grande vigor do nosso agronegócio. Era sempre a mesma coisa, as negociações avançavam e éramos inundados de denúncias na mídia e outros âmbitos. Sempre optamos por ignorar, mas dessa vez não deu, porque se deu ao nível de chefia de Estado. Mas meu papel agora é serenar os ânimos, a crise não é intransponível”, afirmou.
Segundo ele, a ONU será o lugar onde o Brasil deve apresentar documentação oficial para buscar parcerias. “Tudo é motivado pela economia. Se o meio ambiente fosse de fato a prioridade dos críticos, porque há 40 anos bloqueiam o etanol como fonte de combustível? Porque neste caso o ganho não está lá, está aqui”, questionou.