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Soja fecha com mais de 14 pts de alta em Chicago motivado por especulações China x EUA

Os preços da soja fecharam o pregão desta terça-feira (10) com boas altas na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa foram intensificando seus ganhos e, no encerramento da sessão, os negócios se concluíram com altas de 13,25 a 14,50 pontos nos principais contratos. 

Assim, o vencimento novembro fechou a US$ 8,72 por bushel, enquanto o março/20, referência para a nova safra do Brasil, foi a US$ 8,99. As altas foram, segundo explicaram analistas de mercado, resultado de uma combinação de fatores já conhecidos, mas que ainda impactam as cotações, hora de forma mais intensa, hora mais sutil.

“É importante observar que o mercado está muito baixo, então quaquer informação positiva acaba tendo um impacto maior”, explica o economista Camilo Motter, economista e analista de mercado, da Granoeste Corretora.

E Motter se refere, principalmente, às especulações que se fortaleceram nesta terça-feira sobre a possibilidade de a China comprar mais produtos agrícolas norte-americanos mesmo ainda sem firmar um acordo com os Estados Unidos. “Mas analistas concluem que não há nenhum movimento prático neste sentido. Vamos ter que acompanhar”, completa.

Na análise da ARC Mercosul este também foi um fator de peso para as cotações nesta terça, afinal, entre estes produtos que a China poderia vir a comprar dos EUA como uma “inclinação a um acordo comercial com Donald Trump” estaria a oleaginosa.

“Dentre os produtos em questão, a soja e carne vermelha foram os mais citados nas publicações. A ARC lembra que os chineses estão na tentativa de conter a inflação agressiva nos preços da carne suína no mercado doméstico, procurando por fornecedores da carne in natura”, diz o diretor da consultoria, Matheus Pereira.

E o executivo complementa relatando a alta intensa dos preços da carne suína no último ano. “Desde agosto de 2018, os preços de prateleira da carne suína se elevaram em 47%, sendo 15 vezes superior à inflação base da China”, e este será outro setor importante a se observar.

Mais do que isso, o mercado da soja foi favorecido também pelo vizinho milho, que subiu mais de 1% nesta terça na CBOT motivado pelo último reporte de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trazido no final da tarde desta segunda (9), depois do fechamento do pregão.

O reporte de acompanhamento de safras mostrou uma manutenção do índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições em 55%, dentro do esperado, mas ainda abaixo dos 68% da média dos últimos cinco anos.

Já para o miho, por outro lado, o número perdeu 3 pontos percentuais e foi a55%, contra a média esperada de 58% e frente aos 72% de média dos últimos cinco anos. Dessa forma, os futuros do cereal sobem mais de 1% nesta manhã de terça-feira, ajudando seus mercados vizinhos de soja e milho.

“A redução significativa das condições de safra para o milho nos Estados Unidos disparou um movimento de alta nos cereais”, diz Pereira.

Além disso tudo, o mercado ainda se ajusta à espera do novo relatório mensal de oferta e demanda que o USDA divulga nesta quinta-feira, 12 de setembro. Mas antes que chegue, os traders também estiveram atentos às notícias de demanda que vieram do USDA, com novas vendas de soja, milho e farelo para o México.

Foram 278,2 mil toneladas de milho e 138 mil toneladas de soja, ambos da safra 2019/20, para o México. E os mexicanos compraram ainda 195,750 mil toneladas de farelo de soja, sendo 155 mil da safra 2019/20 e mais 40,750 mil da 2020/21. 

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