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O que são nematóides?

Os nematóides são organismos que escapam à nossa percepção devido ao seu intimo tamanho e à sua coloração quase transparente. Estas criaturas ativas alongadas se movem como serpentes e habitam solo, rios, lagos e mares, e podem ser encontradas desde regiões extremamente frias até regiões de desertos. Os nematóides podem ser de vida livre, parasitas de plantas, de insetos ou de animais.

Um grande número de nematóides parasitam plantas, atacando principalmente seus órgão subterrâneos, como raízes, bulbos, tubérculos e rizomas, e também os órgãos aéreos, como caule, folhas e sementes. Todas as espécies de plantas cultivadas são parasitadas por nematóides, porém, devido ao pequeno tamanho deste grupo de nematóides (0,3 a 3mm de comprimento e 0,015 a 0,050 mm de diâmetro) e em razão de os sintomas causados nas plantas se confundirem com os de deficiência mineral ou de outra origem, estes serem passam despercebidos pelos agricultores.

Estes organismos, ao se alimentarem ou ao penetrarem e se movimentarem nos tecidos das plantas, causam danos mecânicos. Além disso, retiram nutrientes da planta para seu próprio sustento. Contudo, os danos maiores são geralmente devido à ação tóxica das substâncias que os nematóides injetam nas plantas. A formação de galhas nas raízes, causadas por Meloidogyne spp., é um exemplo da ação direta destas substâncias. Elas também tornam as plantas mais suscetíveis ao ataque de outros patógenos, como fungos e bactérias.

Os fitonematóides não se distribuem uniformemente no solo. Por isso é que é que, no campo, os sintomas aparecem em “reboleiras”. Plantas menores, amareladas, mostrando sintomas mais evidentes de deficiência nutricionais, com pouca resistência à falta d`água ou a extremos de temperaturas, e produção reduzida e eventualmente morte prematura são alguns indicadores da ação de fitonematóides. Examinando o sistema radicular, podemos observar: presença de galhas (geralmente causadas por Meloidogyne spp.); sistema radicular muito pobre ou então com excesso de raízes laterais; raízes curtas ( causadas principalmente por Trichodous spp. e Paratrichodorus spp.); lesões internas, de coloração escura (Pratylenchus spp. e Radophulus similis); deslocamento ou rachaduras do córtex, etc. Como sintomas não são específicos, a diagnose só deverá ser concluídas após a extração e identificação dos nematóide em laboratório.

Fotos: Phytus Club

Nematóides na Cultura da Soja

O problema com nematoides tem aumentado muito nos últimos anos, na cultura da soja. Até, cerca de seis anos atrás, a principal preocupação do sojicultor era com relação aos nematoides das galha (Meloidogyne spp) e com o nematoide de cisto da soja (Heterodera glycines). Hoje, o nematoide das lesões radiculares (Pratylenchus brachyurus) também merece atenção especial, pois está amplamente disseminado e o seu manejo tem sido extremamente complicado. No caso do nematoide de cisto da soja (NCS), o cenário também está um pouco diferente. As raças 1 e 3, antes as mais frequentes na maioria das áreas cultivadas com soja, passaram a ser substituídas por populações do NCS mais difíceis de ser controladas pelo uso de cultivares resistentes. Atualmente, o percentual de lavouras de soja do Mato Grosso infestadas pelas raças 4, 6, 9 ou 14 do NCS já é alto .

Obrigatoriamente o controle de nematoides em culturas de escala, como a soja, deve procurar integrar vários métodos e apresentar baixo custo. A escolha da estratégia de manejo passa primeiramente por uma correta amostragem do solo, para determinar quais nematoides (espécie e raças) estão presentes na área e monitorar os níveis populacionais desses parasitas. Embora, o método de controle de nematoide mais eficiente, barato e de melhor aceitação pelos produtores, seja o uso de cultivares resistentes, muitas vezes estas não estão disponíveis e nem sempre os seus níveis de resistência são satisfatórios. Desse modo, outras estratégias de controle, como a rotação/sucessão com uma cultura não hospedeira tem que ser adotadas.


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